quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
O mundo e a Ilusão
É estranho quando me disponho a olhar ao longe a paisagem e dissolve-se tudo o que me é real. Fica desconfigurado o que me resta na impressão, e por impressão, me acerta. Parece-me irreal e insólito o que vejo. Não na miragem, no trajeto, mas nas feridas do mundo aberto, nas entranhas do meu peito. No cérebro me desconfigura a realidade da vida. Essa vida que todos costumam dizer como é. Na realidade, ela se desfigura a cada amanhecer, e pode ser como pode não ser. Quando digo o que penso é uma reflexão de olhar, porque não preciso pensar pra dizer o que vejo. Olho para o asfalto, e se desintegra. Para o mendigo, e se desintegra. Para os olhos abatidos, e se desintegram. Para o sofrimento, e se desintegra. Por quê dizem, então, que vivem em paz? Sendo que paz, não conhecem, nunca sentiram? Por quê esse mundo permanece insensível com qualquer sorriso ou esforço incrível? E esse modelo de sociedade que reveste chacinas muito bem compradas e pagas? Por quê diabos se dizem democráticos, se a cada esquina há um corpo crivado de balas? O silêncio me grita, vem aos berros e me acerta o estômago, e se desintegra.
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