O Universo se desencantou em mim. No real e nos sonhos. A poeira baixou. Esfriou o Tempo. O Sol se pôs. Vi coisas incríveis por detrás das cortinas. Do véu. E que fantástico! Mas serão minhas delícias vividas numa vida simples, sem desgastes. Sem berrar nada no ouvido de ninguém. Sem empurrar goela abaixo nada. Vou viver. Simples assim. Vou caminhar por esse Universo desencantado, decantado. Pisar na poeira que assentou-se no fundo do Mundo, no fim de tudo. Vou erguer uma rede na distorção do espaço e deitar-me por ali, conviver com encantos e desencantos. Onde Céu e Terra se fundem. Onde estrelas e plânctons se confundem. Onde todo o caos seja suspenso na Atmosfera, sem gravidade, sem velocidade, e eu contemple toda a obra com calma, tendo a certeza de que todas as escolhas foram minhas. Que eu tive, tenho, e terei sempre opções. Tendo a certeza que esse caos íntimo tocando a alma na verdade é harmonia, e que algumas certezas são simplesmente ilusões. Tão frágeis, que se desfazem com um olhar.
Vincent Van Gogh - Noite- Estrelada |
Nenhum comentário:
Postar um comentário