domingo, 29 de julho de 2012

Desperta. Já é hora de acordar.


Revirou em sua cama como se lutasse contra o sonho. Buscou a posição confortável para que a mente relaxasse. 
Em sua mente, as palavras desfiguradas, as lutas de egos travadas entre olhares manipulados.
Revirou e revirou, e não achou posição favorável. O pesadelo continuou, e os olhares, as falas, a encenação toda, a conversa mentirosa a enojou compulsivamente.
Culminando ao momento principal, despertou, tão voraz, que esqueceu-se do pesadelo.

Tateou a face. Penteou os cabelos com os dedos. Fechou os olhos. Respirou pausadamente.
Os músculos todos estavam retraídos. Os nervos eram a conseqüência de uma noite falida.

Desistindo de permanecer na posição encontrada, levantou, ligou o computador e saiu em busca de água.

"Desperta. Já é hora de acordar"

Era a mesma cena em uma semana e três dias. O mesmo olhar cansado, o mesmo bocejo. A mesma tensão nos nervos e nos sonhos.
Bebeu um gole de água.

Lembrou da grande sacanagem que fora forçada a enfrentar, dos dias de ódio reprimido.
Respirou e disse a si mesma, no intuito de firmar-se dentro de seu peito: Desperta. Já é hora de acordar.

E voltou a dormir.

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